quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Teoria dos Conjuntos




Teoria dos Conjuntos


A concepção de conjuntos nem precisa ser dita, o próprio nome já diz tudo. Ex. Pega um grupo de cadeiras e junta sobre um círculo feito no chão.
Pronto, temos um conjunto de cadeiras.

Um conjunto é frequentemente definido através de uma propriedade que caracteriza seus elementos. Mais precisamente, parte-se de uma propriedade P.  Ela define um conjunto X, assim: se um objeto x goza da propriedade P, então      x Î X; se x não goza de P então x Ï X. Escreve-se:

X  =  {x | x goza da propriedade P}.

Lê-se: “X  é o conjunto dos elementos x tal que x goza da propriedade P”. No caso particular em que a propriedade  P  se refere a elementos de um conjunto fundamental E, indicaremos  X por:

X  =  {x Î | x goza da propriedade P}.

Caso ocorra de nenhum elemento de E gozar da propriedade P, diremos que o conjunto {x Î E  | x goza de P} não possui elemento algum e o denominaremos de Conjunto Vazio. Para representá-lo, usaremos o símbolo Æ.

Conjuntos numéricos podem ser representados de diversas formas. A forma mais simples é dar um nome ao conjunto e expor todos os seus elementos, um ao lado do outro, entre os sinais de chaves. Veja o exemplo:
Esse conjunto se chama "A" e possui três termos, que estão listados entre chaves.
Os nomes dos conjuntos são sempre letras maiúsculas. Quando criamos um conjunto, podemos utilizar qualquer letra.

1      Conjuntos Numéricos


Para trabalharmos com números, devemos primeiramente ter um conhecimento básico de quais são os conjuntos ("tipos") de números existentes atualmente.
A noção de número tem provavelmente a idade do homem e certamente sempre esteve ligada à sua necessidade de registrar e interpretar os fenômenos que o cercavam.
Os primeiros símbolos numéricos conhecidos surgiram com o intuito de representar a variação numérica em conjuntos com poucos elementos. Com a ampliação e a diversificação de suas atividades, o homem sentiu a necessidade de criar novos símbolos numéricos e processos de contagem e desenvolver sistemas de numeração.
A maioria dos sistemas de numeração tinha como base os números 5 ou 10, numa clara referencia ao numero de dedos que temos nas mãos. Esses sistemas ainda não possuíam a notação posicional nem o número zero.
Os primeiros registros da utilização da notação posicional ocorreram na Babilônia, por volta de 2500 $a.C.$Já o aparecimento do zero data do século IX e é atribuído aos hindus.
Também se atribuiu aos hindus o atual sistema de numeração posicional decimal, que foi introduzido e difundido na Europa pelos árabes. Por essa razão, esse sistema é costumeiramente chamado de sistema de numeração indo-arábico.
Deve-se a Leonardo de Pisa (1175-1240), também chamado Fibonacci, a difusão do sistema indo-arábico na Europa, através de sua obra Líber Abacci, de 1202.

1.1      Números Naturais


Vamos começar nos primórdios da matemática.
- Se eu pedisse para você contar até 10, o que você me diria?
- Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove e dez.

Pois é, estes números que saem naturalmente de sua boca quando solicitado, são chamados de números NATURAIS, o qual é representado pela letra .
Foi o primeiro conjunto inventado pelos homens, e tinha como intenção mostrar quanti
dades.

Obs.: Originalmente, o zero não estava incluído neste conjunto, mas pela necessidade de representar uma quantia nula, definiu-se este número como sendo pertencente ao conjunto dos Naturais. Portanto:


Como o zero originou-se depois dos outros números e possui algumas propriedades próprias, algumas vezes teremos a necessidade de representar o conjunto dos números naturais sem incluir o zero. Para isso foi definido que o símbolo * (asterisco) empregado ao lado do símbolo do conjunto, que representa a ausência do zero. Veja o exemplo:



1.2      Números Inteiros


Os números naturais foram suficientes para a sociedade durante algum tempo. Com o passar dos anos, e o aumento das "trocas" de mercadorias entre os homens, foi necessário criar uma representação numérica para as dívidas.
Com isso inventaram-se os chamados "números negativos", e junto com estes números, um novo conjunto: o conjunto dos números inteiros, representado pela letra .


O conjunto dos números inteiros é formado por todos os números NATURAIS mais todos os seus representantes negativos.
Note que este conjunto não possui início nem fim (ao contrário dos naturais, que possui um início e não possui fim).
Assim como no conjunto dos naturais, podemos representar todos os inteiros sem o ZERO com a mesma notação usada para os NATURAIS.


Em algumas situações, teremos a necessidade de representar o conjunto dos números inteiros que NÃO SÃO NEGATIVOS.
Para isso emprega-se o sinal "+" ao lado do símbolo do conjunto (vale a pena lembrar que esta simbologia representa os números NÃO NEGATIVOS, e não os números POSITIVOS, como muita gente diz). Veja o exemplo:


Obs.: Note que agora sim este conjunto possui um início. E você pode estar pensando "mas o zero não é positivo". O zero não é positivo nem negativo, zero é NULO.

Ele está contido neste conjunto, pois a simbologia do sinalzinho positivo representa todos os números NÃO NEGATIVOS, e o zero se enquadra nisto.
Se quisermos representar somente os positivos (ou seja, os não negativos sem o zero), escrevemos:


Pois assim teremos apenas os positivos, já que o zero não é positivo. Ou também podemos representar somente os inteiros NÃO POSITIVOS com:


Obs.: Este conjunto possui final, mas não possui início. E também os inteiros negativos (ou seja, os não positivos sem o zero):


Uma propriedade interessante dos números inteiros, que já foi mencionada neste texto (e que podemos representar em um gráfico) é a de ter em seu interior todos os números naturais. Veja o gráfico a seguir:


conjint.gif (1612 bytes)
Figura 1 – N está contido em Z.

          Todo número natural é inteiro, isto é, N é um subconjunto de Z



1.2.1     Operações com Números Inteiros


I.a) Sinais iguais: Soma-se e conserva-se o mesmo sinal.
I.b) Sinais diferentes: Diminui-se e dá-se o sinal do maior.

II) Multiplicação e Divisão:

Aplica-se a regra dos sinais: $ \left\{ \begin{array}{l}
+ \; \; + = +\\
- \; \; + = -\\
+ \; \; - = -\\
- \; \; - = +
\end{array} \right. $

Obs.: Pela ordem, resolver $(\; \; \;)$; $[\; \; \;]$; $\{\;\;\;\}$.

1.2.1.1    Exemplo:


$-3 \cdot \{14 \div (-7)-3 \cdot [4 -(10-12+9-7-4)\div 2]\}$$-3\cdot \{ - 2 - 3 \cdot [ 4 - ( - 4 )\div 2 ]\}$
$ - 3 \cdot \{ - 2 - 3 \cdot [ 4 + 2] \}$
$- 3 . \{ - 2 - 3 \cdot [ + 6 ] \}$
$- 3 . \{ -2 - 18 \}$
$- 3 . \{ - 20 \}$
$+ 6 $

1.3      Números Racionais


Olhando ainda pela linha do tempo, em um determinado momento começou a ficar crucial a necessidade de se representar "partes" de alguma coisa. Ex.: fatia de um bolo, pedaço de um terreno,... e por essa necessidade foi inventado as frações. Para incluir os números ditos fracionários, junto com os já existentes, criou-se o conjunto dos números RACIONAIS (), que indica uma razão (divisão) entre dois números inteiros.
Os números racionais são todos aqueles que podem ser representados por uma fração de números inteiros.
Mas os números 6 e o 2,3 não têm o sinal de fração e são números racionais?
- Ora, o 6 pode ser representado pela fração ou até mesmo , e o 2,3 pode ser , portanto, se um número tem a possibilidade de ser escrito em fração de números inteiros, é considerado racional.

Então me parece que todos os números com vírgula serão racionais??
- Não. Somente os que possuírem finitos algarismos após a vírgula, e as chamadas dízimas periódicas, que possuem infinitos algarismos após a vírgula mas são números racionais. Veja os exemplos a seguir.

3,14159265...
Este não é um número Racional, pois possui infinitos algarismos após a vírgula (representados pelas reticências)
2,252
Este é um número Racional, pois possui finitos algarismos após a vírgula.
2,252525...
Este número possui infinitos números após a vírgula, mas é racional, é chamado de dízima periódica. Reconhecemos um número destes quando, após a vírgula, ele sempre repetir um número (no caso 25).

Com isso podemos concluir que o conjunto dos números RACIONAIS é formado por todos os números Inteiros (como vimos no exemplo anterior, um inteiro pode ser representado como uma fração, por exemplo, 10 pode ser ) e mais alguns.
Portanto, o conjunto dos inteiros está "dentro" do conjunto dos Racionais. Representamos assim:
conjracio.gif (2109 bytes)
Figura 2 - Z está contido em Q.

Os números racionais são aqueles que podem ser expressos na forma a/b, onde a e b são inteiros quaisquer, com b diferente de 0.

           Q = { a/b com a e b pertencentes a Z com b diferente de 0 }

Assim como exemplo podemos citar o –1/2 , 1 , 2,5 ,...

-Números decimais exatos são racionais. Pois:
0,1 = 1/10
2,3 = 23/10

- Números decimais periódicos são racionais.
         0,1111... = 1/9
         0,3232 ...= 32/99
         2,3333 ...= 21/9
         0,2111 ...= 19/90

-Toda dízima periódica 0,9999 ... 9 ... é uma outra representação do número 1.

Observe que o número racional 0,323232.... pode ser escrito como x; onde:
100x = 32,3232....; isto é: 100x = 32 + 0,3232... = 32 + x. Implicando em dizer que 100x – x = 32; logo x = 32/99.

Obs.: As notações para os "não positivos" e os "não negativos", utilizados para os inteiros, também podem ser usadas para os racionais. O zero é um número racional, pois podemos representá-lo pela fração: 

= {Todos os racionais sem o zero}
= {Todos os racionais NÃO NEGATIVOS}
= {Todos os racionais NÃO NEGATIVOS sem o zero, ou seja, os positivos}
= {Todos os racionais NÃO POSITIVOS}
= {Todos os racionais NÃO POSITIVOS sem o zero, ou seja, os negativos}

1.4      Números Irracionais


Se formos um pouco mais além na história, vamos chegar ao famoso teorema de Pitágoras.

Pense comigo: Se temos um triângulo com catetos medindo 1 unidade de comprimento.
Teorema de Pitágoras

Figura 3 – Triângulo retângulo de hipotenusa igual a .

Pelo teorema de Pitágoras, calculamos que o terceiro lado (a hipotenusa), vale .
- E quanto é?
- Pois isto não podemos dizer exatamente. O que se sabe é que não dá para representar como uma fração de números inteiros, pois tem infinitas casas depois da vírgula (e não é uma dízima periódica). Então não podemos chamá-lo de número racional. Por este motivo houve a necessidade de criar-se mais um conjunto. Que, por oposição aos números racionais, chama-se "CONJUNTO DOS NÚMEROS IRRACIONAIS". Formado por todos os números que, ao contrário dos racionais, NÃO podem ser representados por uma fração de números inteiros. Este conjunto é representado por irracionais.gif (859 bytes).

O conjunto dos números irracionais são aqueles que não podem ser expressos na forma a/b, com a e b inteiros e b diferente de 0. São compostos por dízimas infinitas não periódicas.
Por exemplo:
\begin{eqnarray*}
\pi &=& 3,1415926535 \ldots \\
\sqrt{2} &=& 1,414213562 \ld...
...\\
\sqrt{3} &=& 1,7320508 \ldots \\
e &=& 2,718281827 \ldots
\end{eqnarray*}

Obs.: Note que as dízimas periódicas são números racionais, enquanto as dízimas não periódicas são números irracionais.

Por exemplo:
=> Todos estes valores não podem ser representados por uma fração de números inteiros, portanto, são chamados de números irracionais.

=> Este número também não tem uma representação em forma de fração, por isso também é um número irracional. Ou seja, se somarmos um racional com um irracional teremos como resultado um irracional.

=> Este também é irracional, pelo mesmo motivo do número acima.

- Todas as raízes não exatas fazem parte do conjunto dos números irracionais. Mas não são só elas, também estão neste conjunto o número pi (π=3,141592...), o número de Euler (e = 2,71828...), e alguns outros.

Portanto, se um número for racional, não pode ser irracional, e vice-versa. Por isso que, ao representarmos nos balões, devemos separá-los. Veja a figura a seguir:
conjirra.gif (2667 bytes)
Figura 4 – Conjuntos Q e I.

1.5      Números Reais


Os números racionais e irracionais foram utilizados por séculos e até hoje são considerados os mais importantes. Por este motivo, foi dado um nome para o conjunto formado por todos estes conjuntos. O nome escolhido foi "CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS" que é a reunião do conjunto dos números irracionais com o dos racionais.

conjuntos.gif (3221 bytes)
Figura 5 -

Se um número é Real, ou ele será Racional ou ele será Irracional, e se encontrará no seu respectivo conjunto. Não existindo nenhum número que seja REAL e não seja ou RACIONAL ou IRRACIONAL.

1.5.1     Representação de um intervalo na reta real


Um intervalo é representado na reta real utilizando-se de uma pequena “bolinha vazia” para indicar que um dos pontos extremos não pertence ao intervalo e de uma “bolinha cheia” para indicar que o ponto extremo pertence.
Representação de um intervalo na reta
Figura 6 – Representação de um intervalo na reta real.

1.5.2     Tipos de Intervalos:

Dados a e b números reais, com a ≤ b, x pertencente ao intervalo e c o seu comprimento, podemos classificar os intervalos como:
a) Intervalo Fechado de comprimento finito c = b - a:
[a,b] = {x ε R | a ≤ x ≤ b}
b) Intervalo fechado à esquerda e aberto à direita de comprimento finito c = b - a:
[a,b[ = [a,b) = {x ε R | a ≤ x < b}
c) Intervalo aberto à esquerda e fechado à direita de comprimento finito c = b - a:
(a,b] = ]a,b] = {x ε R | a < x ≤ b}
d) Intervalo aberto de comprimento finito c = b - a:
]a,b[ = (a,b) = {x ε R | a < x < b}
e) Intervalo aberto à direita de comprimento infinito:
]-∞,b[ = (-∞,b) = {x ε R | x < b}
f) Intervalo fechado à direita de comprimento infinito:
]-∞,b] = (-∞,b] = {x ε R | x ≤ b}
g) Intervalo fechado à esquerda de comprimento infinito:
[a,+∞) = [a,+∞[ = {x ε R | a ≤ x}  ou  [a,+∞) = [a,+∞[ = {x ε R | x ≥ a} 
h) Intervalo aberto à esquerda de comprimento infinito:
]a,+∞[ = (a,+∞) = {x ε R | x > a}
i) Intervalo aberto de comprimento infinito:
]-∞,+∞[ = (-∞,+∞) = R
j) Intervalo fechado de comprimento nulo:
Como o comprimento é nulo e o intervalo fechado, então a = b e esse intervalo corresponde ao conjunto unitário {a}, isto é, a um ponto da reta real.

Concluo a classificação dos intervalos com a seguinte pergunta para vocês: E o intervalo vazio como seria definido?

1.5.3     União e Intersecção de Intervalos

Como intervalos são conjuntos é natural que as operações mencionadas possam ser realizadas. E, trata-se de um procedimento muito comum na resolução de alguns problemas.
E a maneira mais fácil e intuitiva de realizar essas operações é através da representação gráfica dos intervalos envolvidos. Vamos à um exemplo prático de como efetuar tais operações.
Sejam A = [-1,6] = {x ε R | -1 ≤ x ≤ 6} e B = (1,+∞) = {x ε R | x > 1} dois intervalos e vamos determinar A U B e A ∩ B.
Primeiramente, marcamos todos os pontos que são extremos ou origens dos intervalos em uma mesma reta. Em seguida, abaixo dessa reta, traçamos os intervalos que representam graficamente os conjuntos A e B. E, por fim, é só utilizar a definição de união e intersecção para determinar os trechos que estão em pelo menos um intervalo e os trechos comuns aos dois intervalos, respectivamente. Veja a solução de A ∩ B na figura a seguir e de onde é também facilmente observado o resultado de A U B:
A ∩ B = {x ε R | 1 < x ≤ 6} e A U B = {x ε R | -1 ≤ x}
União e Intersecção de Intervalos
Figura 7 – Intersecção de intervalos.


1.6      Números Complexos


Durante muito tempo foi só isso que precisamos, conseguíamos fazer todos os cálculos necessários com apenas estes números. Mas o tempo foi passando e novas necessidades foram surgindo, veja a história a seguir.
Com um grande salto no tempo, chegamos na casa de nosso querido amigo Caju!
Estava ele brincando com números em sua casa, quando houve o seguinte diálogo...
Caju - Mãe, mãe. Olha só que legal, eu sei que é 5, porque 5 ao quadrado é 25.
Mãe - Oh! Meu filhão, muito bem!
Caju - Também sei que  é 9, pois 9 ao quadrado é 81.
Mãe - Ah, filhinho, que bonitinho! Mas me diz uma coisa, quanto é ?
Caju - Ora mãe, isso é fácil, é –5 !
Mãe - Então me prova.
Caju - Olha mãe, (–5) ao quadrado dá... dá...... ops, dá +25...

Pois é, qualquer número negativo elevado ao quadrado resulta um valor positivo, então como fazer para calcular a raiz quadrada de um número negativo?

A partir daí firmou-se um mistério na Matemática: quanto vale esta raiz?

O tempo passou, e para solucionar o caso, convencionou-se que , onde i é chamado de unidade imaginária.
Ex.:

Aqui foram usadas as propriedades de radiciação.

E com isso formou-se o conjunto dos números IMAGINÁRIOS, representado pela letra imaginarios.gif (831 bytes), que é composto por todas as raízes de números negativas.
Novamente temos uma divisão, ou o número é Real ou não é Real. Por isso devemos colocar o balão dos imaginários separado dos números Reais. Veja o desenho:
conjima.gif (4072 bytes)
Figura 8 – Conjunto dos complexos.

Agora, neste caso temos uma dúvida. Se somarmos um número Real com um número imaginário, como por exemplo:
2+3i

Em que balão ele vai se encontrar?
- Não pode ser real, e também não pode ser imaginário.
Para solucionar este caso, convencionou-se que o conjunto dos Reais junto com o conjunto dos Imaginários, é chamado de Conjunto dos números COMPLEXOS, que é representado por C.
Note que o conjunto dos números complexos é o conjunto de TODOS os números que conhecemos até hoje! Preste bem atenção, eu disse TODOS os números conhecidos até hoje! Veja o gráfico a seguir:
conjtodos.gif (4782 bytes)
Figura 9 - Conjunto dos complexos.

1.7      Exercícios


1. Diga a qual conjunto pertence os números:
a)
Este número pode ser representado por 355/10 então é RACIONAL e consequentemente REAL e COMPLEXO
b)
Este número é inteiro e positivo, então NATURAL e consequentemente INTEIRO, RACIONAL, REAL e COMPLEXO.
c)
Esta raiz não é exata, então, IRRACIONAL e consequentemente REAL e COMPLEXO
d)
Esta raiz é exata, e isto é igual a 12, então, NATURAL e consequentemente INTEIRO, RACIONAL, REAL e COMPLEXO
e)
Raiz de número negativo, que é igual a 9i, então, IMAGINÁRIO  e consequentemente COMPLEXO.
f)
Número multiplicado por unidade imaginária, IMAGINÁRIO e consequentemente COMPLEXO.
g)
Número real somado com um imaginário, COMPLEXO.

2. (FUVEST) P é uma propriedade relativa aos números naturais. Sabe-se que:
I) P é verdadeira para o natural n = 10;
II) se P é verdadeira para n, então P é verdadeira para 2n;
III) se P é verdadeira para n, n > 2, então P é verdadeira para n - 2.
Pode-se concluir que:
(A)  P é verdadeira para todo número natural n.
(B)  P é verdadeira somente para números naturais n, n ≥ 10.
(C)  P é verdadeira para todos os números naturais pares.
(D)  P é somente verdadeira para potências de 2.
(E)  P não é verdadeira para os números ímpares.

1.8      Os Conjuntos Vazio e Universo


Exemplo: O conjunto vazio pode ser definido por intermédio de qualquer propriedade contraditória, como por exemplo:
Æ = { x Î N | 5 < x  < 6 }. E também,  Æ  =  {x | x ¹ x }.
{ x Î N / x  < 1  e  x  > 2 }  =  Æ  =  {  }
{ x  /  x . 0 = 2 }  =  Æ                        (não existe x que multiplicado por 0, resulte 2.)
            Muitas vezes, para facilitar o raciocínio, recorremos ao Diagrama de Venn, conforme mostra a figura 10, para representarmos um determinado conjunto. Por exemplo:
Figura 10 – Diagrama de Venn.

            Quando utilizamos a linguagem de conjuntos em determinado assunto, é importante determinar o conjunto formado pela totalidade dos elementos que estão sendo considerados; esse conjunto é chamado Conjunto Universo para o assunto em questão. Para representá-lo, usaremos o símbolo U.

            Um Conjunto Finito é aquele em que podemos determinar a quantidade de elementos. Do contrário, o conjunto é dito Infinito. Por exemplo,

Conjuntos Finitos:
            dígitos decimais  = { 0, 1, 2, ..., 9}
            dígitos binários  = { 0, 1}
Conjuntos Infinitos:
            números naturais  = { 0, 1, 2, ...}
            números naturais pares  = { 0, 2, 4, 6, ...}

            O número de elementos em um conjunto finito é chamado de Cardinalidade ou de Número Cardinal do Conjunto. Por exemplo, se A = { 1, 2, 2, 5} tem-se  card(A) = 3.

            Um conjunto A é dito enumerável (ou contável) se existe uma correspondência um para um entre todos os elementos de A e os número inteiros. Por exemplo:
·      conjuntos finitos, N, Z, Q
·      R - exemplo de conjunto não-enumerável. Basta mostrar que um subconjunto de R não é enumerável. (Por exemplo, o intervalo [0, 1]. )


1.9      Subconjuntos


            Dados os conjuntos A e B, dizemos A é subconjunto de B quando todo elemento de A é também elemento de B. Para indicar este fato, usa-se a notação: A Ì B.

Quando A Ì B, diz-se também que  A é parte de B, que está incluído em B, ou contido em B. A relação A Ì B chama-se Relação de Inclusão.

Os símbolos de inclusão Ì, Ë, É, É, são usados para estabelecer relações apenas entre dois conjuntos.
Obs.: Ì  A, qualquer que seja A.
Æ  Ì  A, qualquer que seja A.
N Ì z  Ì  Ì  R        (os conjuntos numéricos cumprem as relações de inclusão)
            Quando se escreve A Ì B não está incluída a possibilidade de A = B. No caso em que A Ì B e  A ¹ B, diz-se que A é um subconjunto próprio de B, ou que A é uma parte própria de B, ou ainda, que  A está contido propriamente em B.

Dizemos que A = B   Û   A  Ì  B   e    B Ì A. Dois conjuntos A e B são iguais se, e somente se, todo elemento de A é também elemento de B e vice-versa. Por exemplo:
·      {1, 1, 3, 4 }   =   { 1, 3, 4 }
·      N* = {1, 2, 3, 4, ... } =  z*+
·      N  = {0, 1, 2, 3, 4, ... } = z+

Obs.: 1) De um modo geral, para qualquer conjunto A, o conjunto vazio e o próprio conjunto A são seus subconjuntos.
 2) Na relação entre P(A) e seus elementos, utilizamos os símbolos de pertinência (Î, Ï). Assim se {a} é elemento de P(A), podemos escrever {a} Î P(A).
 3) Se o conjunto A tem n elementos, então P(A) tem 2n elementos.

Exemplo: Os conjuntos numéricos cumprem as relações de inclusão, ou seja, N Ì z  Ì  Ì  R. Temos N Ì z, o que traduz a afirmação: todo número natural é um número inteiro. Todo número inteiro é um número racional e existem números racionais que não são inteiros; isto é, z  é parte própria de   Q.

            O conjunto vazio Æ é subconjunto de qualquer conjunto A . Para demonstrar, suponha que o conjunto vazio não esteja contido em A, isto é,  Æ  Ë  A. Logo, existe um elemento a tal que a Î Æ e a Ï A. Como não existe a Î Æ, somos obrigados a admitir que Æ Ì  A, seja qual for o conjunto A.

            Uma vez introduzido o sinal de inclusão, a noção de igualdade entre conjuntos pode ser posta sob a forma:
A = B   Û   A  Ì  B   e    B Ì A.

            A igualdade de conjuntos é:
                        Reflexiva: A  =  A, seja qual for o conjunto A;
Simétrica:  se A  =  B,  então B  = A.
Transitiva:  se A  =   e   B  =  C, então  A  =  C.
            A relação de inclusão A  Ì  B é:
                        Reflexiva: A  Ì  A, seja qual for o conjunto A;
Anti-simétrica:  se A  Ì  B   e    B  Ì A, então A = B.
Transitiva:  se A  Ì   e   B  Ì  C, então  A  Ì  C.

            A verificação dessas propriedades é imediata e, será feita mais adiante.

1.10   Conjunto das Partes de um Conjunto


            A família de todos os subconjuntos do conjunto A é denominada Conjunto das partes de  A, simbolizada por P(A) ou 2A.          De modo geral, para qualquer conjunto A, o conjunto vazio e o próprio conjunto A são seus subconjuntos.
            Na relação entre P(A) e seus elementos, utilizamos os símbolos de pertinência (Î, Ï). Assim se {a} é elemento de P(A), podemos escrever {a} Î P(A). {{a}} é subconjunto de P(A), ou seja, {{a}} Ì  P(A).
            Se o conjunto A tem n elementos, então P(A) tem 2n elementos.
Exemplo: Seja X = { 1, 2, 3}. Então, P(X) = { Æ, {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, X} com 8 elementos.


2      Operações entre Conjuntos


2.1      União

            A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto A È B, formado por todos os elementos de A mais os elementos de  B. Assim, afirmar que x Î A È B significa dizer que pelo menos uma das afirmações seguintes é verdadeira: x Î ou  x Î B. Podemos escrever
A È B = { x x Î ou   x Î B}.

Exemplo: Tomemos o conjunto universo U = N e sejam  A = { x Î N | 2 < x  < 8} e B = { x Î N | x > 4}. Então  A È B = { 3, 4, 5, 6, ... }.

2.2      Interseção

            A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto A Ç B, formado por todos os elementos comuns  a  A e B. Assim, afirmar que  x Î A Ç B significa dizer que se tem, ao mesmo tempo, x Î e   x Î B. Escrevemos então

A Ç B = { x x Î e   x Î B}.

Exemplo: Considere o exemplo anterior onde A = { x Î N | 2 < x  < 8} e B = { x Î N | x > 4}. Então  A Ç B = { 3, 4 }.

            Pode ocorrer que não exista elemento  algum  x  tal que  x Î A e x Î B. Neste caso, tem-se  A Ç B = Æ e os conjuntos A e B dizem-se disjuntos.

            Dados dois conjuntos A e B, representamos graficamente a união dos conjuntos pela parte hachurada - figura 2(a). Hachure na figura 2(b) a interseção entre eles.

Figura 11 – Diagrama de Venn.

            Quaisquer que sejam os conjuntos A e B tem-se  A Ç B Ì  A   e   A Ç B Ì  B.

Exemplo: Sejam os conjuntos A = { x Î N | x é múltiplo de 2 } e B ={ x Î N | x é múltiplo de 3 }. Como um número natural é múltiplo simultaneamente de 2 e de 3 se e somente se este número é múltiplo de 6, temos:  A Ç B = { x Î N | x  é múltiplo de 6 }.

2.3      Diferença

            A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto A - B, formado por todos os elementos de A que não pertencem a B. Escrevemos então

A - B = { x x Î e   x Ï B}.
            Graficamente, temos a figura 12, onde os conjuntos A e B são representados por discos. A diferença A - B  é a parte indicada.
Diagrama de Euler-Venn
Figura 12 - Diagrama de Venn

2.4      Complementar

            Dados os conjuntos A e B, onde B  Ì  A, chamamos de  complementar de B em relação a A e se representa por CAB o conjunto formado pelos elementos que pertencem a A e não pertencem a B.
Se  B  Ì  A, então CAB  = A - B .

2.5      Produto Cartesiano de Conjuntos

Outra operação útil entre conjuntos é o produto cartesiano que se baseia no conceito de par ordenado. Ao escrevermos um par ordenado (x, y), a ordem dos elementos é fundamental: x é o primeiro elemento do par e  y é o segundo elemento do par.
O produto cartesiano dos conjuntos A e B é o conjunto A x B cujos elementos são todos os pares ordenados (x, y) tal que x é elemento de A e  y é elemento de B. Portanto:

A x B = { (x,y) x Î e   y Î B}.

Obs.: 1) Dados dois pares ordenados  (x, y) e  (a, b), dizemos que:
(x, y) = (a, b)   Û  x = a  e  y = b
 2) Se o conjunto A tem m elementos e B n elementos, então A x B terá m.n elementos.

2.6      Propriedades Formais

            Veremos, a seguir, algumas propriedades das operações entre subconjuntos de um dado conjunto fundamental E. As propriedades devem ser demonstradas.

2.6.1     Propriedades das Operações de União e Interseção

Quaisquer que sejam os conjuntos A, B, C, partes de um conjunto fundamental E, tem-se:

União
Interseção
1)  A È Æ  =  A
1)  A Ç Æ = Æ
2)  A È E  =  E
2)  A Ç E  =  A
3)  A È C A  =  A
3)  A Ç C A  =  A
4)  A È A  =  A
4)  A Ç A  =  A
5)  A È B  =  B È A
5)  A Ç B  =  B Ç A
6)  (A È B) È C  =  A È (B È C)
6)  (A Ç B) Ç C  =  A Ç (B Ç C)
7)  A È B  =  A    Û   B Ì A
7)  A Ç B  =  A    Û   A Ì B
8)  A È (B Ç C)  =  (A È B) Ç (A È C)
8)  A Ç (B È C)  =  (A Ç B) È (A Ç C)

2.6.2     Propriedades da Operação de tomar Complementares

Os conjuntos A B são partes de um conjunto fundamental E, em relação ao qual estamos tomando os complementares.

1) C(C A) = A
2) A Ì B  Û C B Ì C A
3) A = Æ Û C A = E
4) C (A È B) =  C A  Ç  C B
5) C (A Ç B) =  C A  È  C B

            As propriedades 4 e 5, da tabela anterior, denominadas Leis de Morgan mostram que:
·      o complementar da união é igual à interseção dos complementares; e que
·      o complementar da interseção é igual à reunião dos complementares.

2.6.3     Propriedades da Operação de Diferença

Sejam A, B e C conjuntos quaisquer num universo E.

1) A - Æ = A     e     Æ - A = Æ
2) A - E  = Æ    e     E  - A = C A
3) A - A = Æ
4) A - C A = A
5) C (A - B) =  C A  È  B
6) A - B  = C B  -  C A
7) A È (B - C)  =  (A È B) - (C  - A)
8) A Ç (B - C)  =  (A Ç B) - (A Ç C)

2.7      Exercícios


1.   Se A = { a, b }, classifique em verdadeiro ou falso:


a)   { b } Î A
b)  Æ Î A
c)   { a } Ì A
d)   a Ì  A


2.   Diga quais das seguintes proposições são verdadeiras:


a)   { {1,2},{3,4}} = {1,2,3,4}
b)  {1,2} Ì {{1,2}}
c)   {1,2} Î {{1,2}}
d)  {a} Î {b,{a}}
e)   {a} Ì {b,{a}}
f)   Æ = {Æ}
g)  Æ Ì {Æ}
h)  Æ Î {Æ}
i)    {1,2,2,3,3} = {1,2,3}
j)    {1,2,3}Ì{1,2,2,3,3}
k)  Æ Ì Æ
l)    Æ Î Æ


3.   - Sejam U = {2, 1, 2} , G={1, 2, {1}, {2}, {1,2}}.


a)   U Î G? Justifique.
b)  U Ì  G? Justifique.


4.   Estabeleça entre cada um dos conjuntos ou elementos U = {1,2,3,4},  V = {1,4,5}, W = 2,  X = {3, Æ},  Y = Æ,  Z = { {1}, 2, {3}, 4}, relações de “Î “ e/ou “Ì “, sempre que possível. Justifique.
5.   Considere os conjuntos A={alunos de ED}, T={turmas existentes na Unitri}. Sendo n o número total de turmas, seja I={i Î IN: i £ n }. Designamos cada turma por P,  iÎI. Diga quais das seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas, para i Î I:


a)   PÎ T
b)  PÍ T
c)   PÎ A
d)  PÍ A
e)   PÎ A È T
f)   PÍ A È T


6.   Defina o conjunto IR -A, onde A é definido do seguinte modo:
a)   A = { x Î IR : | x + 5 | ³Ù x £ 0 }
b)  A = { x Î IR : 6x + 9 < 0 Ú  2x ³ 4 }
c)   A = { x Î IR : 6x + 9 < 0 } È { x Î IR : 6x + 9 ³ 0 }
d)  A = { x Î IR : | x - 7 | = 4 } Ç { x Î IR : 7x - 5 ³ 4 }
7.   Dado o conjunto A = { 5, -2.3, 0.131131113..., 0.333..., 2/5, 3.141592... }, escreva o subconjunto de A cujos elementos sejam números racionais.
8.   Qual é o conjunto união do conjunto dos inteiros positivos divisíveis por 2 e do conjunto dos inteiros positivos divisíveis por 3? Qual é o conjunto interseção?
9.   Dado o conjunto U = { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 }
a)   o subconjunto A dos números menores que 5.
b)  o subconjunto B dos números maiores que 3 e menores que 6.
c)   o subconjunto C dos números pares maiores que 6.
d)  o subconjunto D dos números ímpares maiores que 7.
10. Dê um exemplo para ilustrar  A È B  = A È C  com B ¹ C.
11. Mostre que para todo conjunto X,  Æ  Ì  X.
12. Considere a seguinte coleção de conjuntos:  {n Î IN : n £ i}, para i Î IN.
a) Mostre que , "i,j Î IN.
b) Determine  e .                                                 c) Determine  e .
13. De trinta e cinco candidatos a uma vaga de programador, vinte e cinco sabem FORTRAN, vinte e oito sabem Pascal e dois não sabem nenhuma delas. Quantos sabem as duas linguagens?
14. Um total de sessenta clientes potenciais foi a uma loja de equipamento informático. Deles cinqüenta e dois fizeram compras: - vinte compraram papel; - trinta e seis compraram diskettes; - quinze compraram tinteiros de impressora; - seis compraram simultaneamente papel e diskettes; - nove compraram simultaneamente diskettes e tinteiros; - cinco compraram simultaneamente papel e tinteiros. Quantos compraram os três artigos?
15. Um vendedor de praia tem cinco qualidades diferentes de sanduíches (fiambre, queijo, presunto, carne assada e mistas) e três qualidades diferentes de bebidas (sumo de laranja, cerveja e café). Quantos menus diferentes pode ele oferecer, compostos de uma bebida e de um sanduíche?
16. É possível ir de Braga ao Porto de comboio ou de autocarro. Do Porto para Lisboa pode-se ir de comboio, autocarro ou avião e de Lisboa para o Funchal pode-se ir de avião ou barco. Quantos itinerários distintos se podem escolher para ir de Braga ao Funchal passando por Lisboa?
17. Num baile havia quarenta e cinco raparigas. Destas, vinte dançaram rock, dezoito dançaram lambada, quinze dançaram twist, nove dançaram rock e twist, sete dançaram rock e lambada, seis dançaram twist e lambada e três dançaram as três danças. Quantas não dançaram?
18. Sejam A, B e C conjuntos. Prove as propriedades a seguir:


a) A È B = B È A e A Ç B = B Ç A.
b) A Ç B Ì A   e  A Ç B Ì  B
c) A Ç BB Ç A
d) A È B) È C  =  A È (B  È C)
e) C ( C A ) = A
f) A Ì  B  Û  C B Ì C A
g) A Ç C A = Æ
h) A È C A = U
i) C (A Ç B) =  C A  È  C B
j) C B Ì C A  Þ C(C AÌ C(C B)
k) A È (B Ç C)  =  (A È BÇ  (A  È C)


19. Prove que A = B  se, e somente se, (A  Ç CBÈ  (C A  Ç B) = Æ.
20. Prove as seguintes afirmações:
a)   A Ì B   Û  A Ç B = A
b)  B Ì A   Û  A È B = A
c)   (A Ç B) Ç C  =  A Ç (B  Ç C)
d)  A Ç (B È C)  =  (A Ç B) È  (A  Ç C)
e)   (A - B) È (B - A) = (A È B) - (A Ç B)
f)   C B Ì C A  Þ C(C AÌ C(C B)
g)  A Ç BÆ   Û  A Ì C B
h)  A È BU   Û C A Ì  B
i)    A Ì B   Û  A Ç C B  =  Æ

21. Define-se diferença simétrica entre os conjuntos A e B por: A D B = (A-B) È (B-A). Mostre que:
a) A D B = ( A È B ) - ( A Ç B )
b) Se A D B = Æ então A = B
c) (A D B) D C = A D (B D C)
d) A D B = B D A
e) A D A = Æ

22. Determine P({a}), P(Æ), P({Æ}) e P(P(Æ)). (P(X) representa partes do conjunto X).
23. Prove que, para quaisquer conjuntos A e B, se tem:
a) AÍB Þ P(A) ÍP(B).
b) P(A) ÇP(B) = P(A ÇB).
c) P(A) È P(B) Í P(A ÈB). Em que condições se têm a igualdade?
24. Considere os seguintes conjuntos:
a) verifique se p(x)=1+2x-x Î A Ç B.
b) verifique se h(x)=1-x-x Î A Ç B.
c) determine A Ç B.
25. Mostrar que:
a)    Se A e B são conjuntos finitos então AÈB é finito.
b)    Se A e B são conjuntos finitos então A´B é finito.
c)    Se A e B são conjuntos finitos então {f | f é aplicação de A em B} é finito.
26. Mostrar que:
a)    Se A é um conjunto enumerável então {B Í A | B é finito} é enumerável.
b)    Se A é um conjunto enumerável então P(A) não é enumerável.
c)    Se A é um conjunto enumerável então {B Í A | B é infinito} não é enumerável.
27. Seja A um conjunto infinito. Mostrar que A é enumerável se e só se, para cada parte infinita X de A, se tem A ~ X.
28. São verdadeiras ou falsas as afirmações:
a)    Se A, B, C são conjuntos tais que C ¹ Æ e A ´ C = B ´ C, então A = B.
b)    Se A e B são conjuntos tais que A È B é enumerável, então A é enumerável ou B é enumerável.
c)    Se A, B, C são conjuntos tais que A Ç C = B Ç C e C ¹ Æ, então A = B.
d)    Sejam A um conjunto e x Ï A. Se A é infinito então A È {x} = A.

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APÊNDICE A. Os Símbolos da Linguagem dos Conjuntos - Resumo

Nos itens anteriores, à medida que falávamos sobre conjuntos, os símbolos foram surgindo e agora já conhecemos e estamos utilizando uma boa quantidade deles. Vamos fazer um resumo de tais símbolos:

          a Î A                lê-se:              a pertence a  A
          a Ï A                lê-se:              a não pertence a  A
A = {x | x goza a propriedade P}     lê-se: A é o conjunto dos x tal que x goza a propriedade P
A = B                lê-se:              A é igual a B
A ¹ B                lê-se:              A é diferente de B
A Ì B                lê-se:              A está contido em B
A Ë B                lê-se:              A não está contido em B

A É B                lê-se:              A contém B
A É B                lê-se:              A não contém B
   Æ                    lê-se:              conjunto vazio
                lê-se:              complementar de A em relação a B
A - B                lê-se:              A menos B
A Ç B               lê-se:              A inter B
A È B               lê-se:              A união B
  "x                   lê-se:              qualquer que seja x  ou  para todo x
  $ x                   lê-se:              existe ao menos um x  ou  pelo menos um  x
  $ x                   lê-se:              não existe x algum
p Þ q                lê-se:              se p então q  ou  p implica q
p Û q               lê-se:              p é equivalente a q



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