Teoria dos Conjuntos
A concepção de conjuntos nem precisa ser
dita, o próprio nome já diz tudo. Ex. Pega um grupo de cadeiras e junta sobre
um círculo feito no chão.
Pronto, temos um conjunto de cadeiras.
Um conjunto é frequentemente definido
através de uma propriedade que caracteriza seus elementos. Mais precisamente,
parte-se de uma propriedade P. Ela
define um conjunto X, assim: se um objeto x goza da propriedade P, então x Î X; se x não goza de P então x Ï X.
Escreve-se:
X = {x
| x goza da propriedade P}.
Lê-se: “X é o conjunto dos elementos x tal que x goza da
propriedade P”. No caso particular em que a propriedade P se
refere a elementos de um conjunto fundamental E, indicaremos X por:
X = {x
Î
E | x goza da propriedade
P}.
Caso ocorra de nenhum elemento de E gozar da
propriedade P, diremos que o conjunto {x Î E | x goza de P} não possui elemento algum e o
denominaremos de Conjunto Vazio. Para
representá-lo, usaremos o símbolo Æ.
Conjuntos numéricos podem ser representados
de diversas formas. A forma mais simples é dar um nome ao conjunto e expor
todos os seus elementos, um ao lado do outro, entre os sinais de chaves. Veja o
exemplo:
Esse conjunto se chama "A" e
possui três termos, que estão listados entre chaves.
Os nomes dos conjuntos são sempre letras
maiúsculas. Quando criamos um conjunto, podemos utilizar qualquer letra.
1 Conjuntos Numéricos
Para trabalharmos com números,
devemos primeiramente ter um conhecimento básico de quais são os conjuntos
("tipos") de números existentes atualmente.
A noção de número tem
provavelmente a idade do homem e certamente sempre esteve ligada à sua
necessidade de registrar e interpretar os fenômenos que o cercavam.
Os primeiros símbolos numéricos
conhecidos surgiram com o intuito de representar a variação numérica em
conjuntos com poucos elementos. Com a ampliação e a diversificação de suas
atividades, o homem sentiu a necessidade de criar novos símbolos numéricos e
processos de contagem e desenvolver sistemas de numeração.
A maioria dos sistemas de
numeração tinha como base os números 5 ou 10, numa clara referencia ao numero
de dedos que temos nas mãos. Esses sistemas ainda não possuíam a notação
posicional nem o número zero.
Os primeiros registros da
utilização da notação posicional ocorreram na Babilônia, por volta de 2500 Já o aparecimento do zero data
do século IX e é atribuído aos hindus.
Também se atribuiu aos hindus o atual
sistema de numeração posicional decimal, que foi introduzido e difundido na
Europa pelos árabes. Por essa razão, esse sistema é costumeiramente chamado de
sistema de numeração indo-arábico.
Deve-se a Leonardo de Pisa
(1175-1240), também chamado Fibonacci, a difusão do sistema indo-arábico na
Europa, através de sua obra Líber Abacci, de 1202.
1.1 Números Naturais
Vamos começar nos primórdios da
matemática.
- Se eu pedisse para você contar
até 10, o que você me diria?
- Um, dois, três, quatro, cinco,
seis, sete, oito, nove e dez.
Pois é, estes números que saem naturalmente
de sua boca quando solicitado, são chamados de números NATURAIS, o qual é
representado pela letra .
Foi o primeiro conjunto
inventado pelos homens, e tinha como intenção mostrar quanti
dades.
Obs.: Originalmente, o zero não estava incluído neste
conjunto, mas pela necessidade de representar uma quantia nula, definiu-se este
número como sendo pertencente ao conjunto dos Naturais. Portanto:
Como o zero originou-se depois
dos outros números e possui algumas propriedades próprias, algumas vezes
teremos a necessidade de representar o conjunto dos números naturais sem
incluir o zero. Para isso foi definido que o símbolo * (asterisco) empregado ao
lado do símbolo do conjunto, que representa a ausência do zero. Veja o exemplo:
1.2 Números Inteiros
Os números naturais foram
suficientes para a sociedade durante algum tempo. Com o passar dos anos, e o
aumento das "trocas" de mercadorias entre os homens, foi necessário
criar uma representação numérica para as dívidas.
Com isso inventaram-se os
chamados "números negativos", e junto com estes números, um novo
conjunto: o conjunto dos números inteiros, representado pela letra .
O conjunto dos números inteiros
é formado por todos os números NATURAIS mais todos os seus representantes
negativos.
Note que este conjunto não
possui início nem fim (ao contrário dos naturais, que possui um início e não
possui fim).
Assim como no conjunto dos
naturais, podemos representar todos os inteiros sem o ZERO com a mesma notação
usada para os NATURAIS.
Em algumas situações, teremos a
necessidade de representar o conjunto dos números inteiros que NÃO SÃO
NEGATIVOS.
Para isso emprega-se o sinal
"+" ao lado do símbolo do conjunto (vale a pena lembrar que esta
simbologia representa os números NÃO NEGATIVOS, e não os números POSITIVOS,
como muita gente diz). Veja o exemplo:
Obs.: Note que
agora sim este conjunto possui um início. E você pode estar pensando "mas
o zero não é positivo". O zero não é positivo nem negativo, zero é
NULO.
Ele está contido neste conjunto,
pois a simbologia do sinalzinho positivo representa todos os números NÃO
NEGATIVOS, e o zero se enquadra nisto.
Se quisermos representar somente
os positivos (ou seja, os não negativos sem o zero), escrevemos:
Pois assim teremos apenas os
positivos, já que o zero não é positivo. Ou também podemos representar somente
os inteiros NÃO POSITIVOS com:
Obs.: Este
conjunto possui final, mas não possui início. E também os inteiros negativos
(ou seja, os não positivos sem o zero):
Uma propriedade interessante dos
números inteiros, que já foi mencionada neste texto (e que podemos representar
em um gráfico) é a de ter em seu interior todos os números naturais. Veja o
gráfico a seguir:
Figura 1 – N está contido em Z.
Todo
número natural é inteiro, isto é, N é um subconjunto de Z
|
1.2.1 Operações com Números Inteiros
I.a) Sinais iguais:
Soma-se e conserva-se o mesmo sinal.
I.b) Sinais diferentes:
Diminui-se e dá-se o sinal do maior.
II)
Multiplicação e Divisão:
Aplica-se a regra dos sinais:
Obs.: Pela ordem,
resolver ; ; .
1.2.1.1 Exemplo:
1.3 Números Racionais
Olhando ainda pela linha do
tempo, em um determinado momento começou a ficar crucial a necessidade de se
representar "partes" de alguma coisa. Ex.: fatia de um bolo, pedaço
de um terreno,... e por essa necessidade foi inventado as frações. Para incluir
os números ditos fracionários, junto com os já existentes, criou-se o conjunto
dos números RACIONAIS (), que indica uma razão (divisão) entre dois
números inteiros.
Os números racionais são todos
aqueles que podem ser representados por uma fração de números inteiros.
Mas os números 6 e o 2,3 não têm o sinal de fração e são números
racionais?
- Ora, o 6 pode ser representado
pela fração ou até mesmo , e o 2,3 pode ser , portanto, se um número tem a possibilidade
de ser escrito em fração de números inteiros, é considerado racional.
Então me parece que todos os
números com vírgula serão racionais??
- Não. Somente os que possuírem finitos
algarismos após a vírgula, e as chamadas dízimas periódicas, que possuem
infinitos algarismos após a vírgula mas são números racionais. Veja os exemplos
a seguir.
3,14159265...
|
Este não é um número Racional,
pois possui infinitos algarismos após a vírgula (representados pelas
reticências)
|
2,252
|
Este é um número Racional,
pois possui finitos algarismos após a vírgula.
|
2,252525...
|
Este número possui infinitos
números após a vírgula, mas é racional, é chamado de dízima periódica.
Reconhecemos um número destes quando, após a vírgula, ele sempre repetir um
número (no caso 25).
|
Com isso podemos concluir que o
conjunto dos números RACIONAIS é formado por todos os números Inteiros (como
vimos no exemplo anterior, um inteiro pode ser representado como uma fração,
por exemplo, 10 pode ser ) e mais alguns.
Portanto, o conjunto dos
inteiros está "dentro" do conjunto dos Racionais. Representamos
assim:
Figura 2 - Z está contido em Q.
Os números racionais são aqueles
que podem ser expressos na forma a/b, onde a e b são inteiros quaisquer, com b
diferente de 0.
Q = { a/b
com a e b pertencentes a Z com b diferente de 0 }
|
Assim como exemplo podemos citar
o –1/2 , 1 , 2,5 ,...
-Números decimais exatos são racionais. Pois:
0,1 = 1/10
2,3 = 23/10
- Números decimais periódicos são racionais.
0,1111... = 1/9
0,3232 ...=
32/99
2,3333 ...=
21/9
0,2111 ...=
19/90
-Toda dízima periódica 0,9999 ... 9 ... é uma outra
representação do número 1.
Observe que o número racional
0,323232.... pode ser escrito como x; onde:
100x = 32,3232....; isto é: 100x
= 32 + 0,3232... = 32 + x. Implicando em dizer que 100x – x = 32; logo x =
32/99.
Obs.: As notações
para os "não positivos" e os "não negativos", utilizados
para os inteiros, também podem ser usadas para os racionais. O zero é um número
racional, pois podemos representá-lo pela fração:
= {Todos os racionais sem o zero}
= {Todos os racionais NÃO NEGATIVOS}
= {Todos os racionais NÃO NEGATIVOS sem o
zero, ou seja, os positivos}
= {Todos os racionais NÃO POSITIVOS}
= {Todos os racionais NÃO POSITIVOS sem o
zero, ou seja, os negativos}
1.4 Números Irracionais
Se formos um pouco mais além na
história, vamos chegar ao famoso teorema de Pitágoras.
Pense comigo: Se temos um triângulo com catetos medindo 1 unidade
de comprimento.
Figura 3 – Triângulo retângulo de hipotenusa igual a .
Pelo teorema de Pitágoras,
calculamos que o terceiro lado (a hipotenusa), vale .
- E quanto é?
- Pois isto não podemos dizer
exatamente. O que se sabe é que não dá para representar como uma fração de
números inteiros, pois tem infinitas casas depois da vírgula (e não é uma
dízima periódica). Então não podemos chamá-lo de número racional. Por este motivo
houve a necessidade de criar-se mais um conjunto. Que, por oposição aos números
racionais, chama-se "CONJUNTO DOS NÚMEROS IRRACIONAIS". Formado por
todos os números que, ao contrário dos racionais, NÃO podem ser
representados por uma fração de números inteiros. Este conjunto é representado
por .
O conjunto dos números
irracionais são aqueles que não podem ser expressos na forma a/b, com a e b
inteiros e b diferente de 0. São compostos por dízimas infinitas não
periódicas.
Por exemplo:
Obs.: Note que as dízimas
periódicas são números racionais, enquanto as dízimas não periódicas são
números irracionais.
Por exemplo:
=> Todos estes valores não podem ser
representados por uma fração de números inteiros, portanto, são chamados de
números irracionais.
=> Este número também não tem uma
representação em forma de fração, por isso também é um número irracional. Ou
seja, se somarmos um racional com um irracional teremos como resultado um
irracional.
=> Este também é irracional, pelo mesmo
motivo do número acima.
- Todas as raízes não exatas fazem parte do conjunto dos
números irracionais. Mas não são só elas, também estão neste conjunto o número
pi (π=3,141592...), o número de Euler (e = 2,71828...), e alguns outros.
Portanto, se um número for
racional, não pode ser irracional, e vice-versa. Por isso que, ao
representarmos nos balões, devemos separá-los. Veja a figura a seguir:
Figura 4 – Conjuntos Q e I.
1.5 Números Reais
Os números racionais e
irracionais foram utilizados por séculos e até hoje são considerados os mais
importantes. Por este motivo, foi dado um nome para o conjunto formado por
todos estes conjuntos. O nome escolhido foi "CONJUNTO DOS NÚMEROS
REAIS" que é a reunião do conjunto dos números irracionais com o dos
racionais.
Figura 5 -
Se um número é Real, ou ele será
Racional ou ele será Irracional, e se encontrará no seu respectivo conjunto.
Não existindo nenhum número que seja REAL e não seja ou RACIONAL ou IRRACIONAL.
1.5.1 Representação de um intervalo na reta real
Um intervalo é representado na reta real
utilizando-se de uma pequena “bolinha vazia” para indicar que um dos pontos
extremos não pertence ao intervalo e de uma “bolinha cheia” para indicar que o
ponto extremo pertence.
Figura 6 – Representação de um intervalo na reta real.
1.5.2 Tipos de Intervalos:
Dados a e b números reais, com a ≤ b, x pertencente ao intervalo e c o seu comprimento, podemos classificar os intervalos como:a) Intervalo Fechado de comprimento finito c = b - a:
[a,b] = {x ε R | a ≤ x ≤ b}
b) Intervalo fechado à esquerda e aberto à direita de comprimento finito
c = b - a:
[a,b[ = [a,b) = {x ε R | a ≤ x <
b}
c) Intervalo aberto à esquerda e fechado à direita de comprimento finito
c = b - a:
(a,b] = ]a,b] = {x ε R | a < x ≤
b}
d) Intervalo aberto de comprimento finito c = b - a:
]a,b[ = (a,b) = {x ε R | a < x
< b}
e) Intervalo aberto à direita de comprimento infinito:
]-∞,b[ = (-∞,b) = {x ε R | x < b}
f) Intervalo fechado à direita de comprimento infinito:
]-∞,b] = (-∞,b] = {x ε R | x ≤ b}
g) Intervalo fechado à esquerda de comprimento infinito:
[a,+∞) = [a,+∞[ = {x ε R | a ≤
x} ou
[a,+∞) = [a,+∞[ = {x ε R | x ≥
a}
h) Intervalo aberto à esquerda de comprimento infinito:
]a,+∞[ = (a,+∞) = {x ε R | x > a}
i) Intervalo aberto de comprimento infinito:
]-∞,+∞[ = (-∞,+∞) = R
j) Intervalo fechado de comprimento nulo:
Como o comprimento é nulo e o intervalo fechado,
então a = b e esse intervalo corresponde ao conjunto unitário {a}, isto é, a um
ponto da reta real.
Concluo a classificação dos intervalos com a
seguinte pergunta para vocês: E o intervalo vazio como seria definido?
1.5.3 União e Intersecção de Intervalos
Como intervalos são conjuntos é natural que as operações mencionadas possam ser realizadas. E, trata-se de um procedimento muito comum na resolução de alguns problemas.E a maneira mais fácil e intuitiva de realizar essas operações é através da representação gráfica dos intervalos envolvidos. Vamos à um exemplo prático de como efetuar tais operações.
Sejam A = [-1,6] = {x ε R | -1 ≤ x ≤ 6} e B = (1,+∞) = {x ε R | x > 1} dois intervalos e vamos determinar A U B e A ∩ B.
Primeiramente, marcamos todos os pontos que são extremos ou origens dos intervalos em uma mesma reta. Em seguida, abaixo dessa reta, traçamos os intervalos que representam graficamente os conjuntos A e B. E, por fim, é só utilizar a definição de união e intersecção para determinar os trechos que estão em pelo menos um intervalo e os trechos comuns aos dois intervalos, respectivamente. Veja a solução de A ∩ B na figura a seguir e de onde é também facilmente observado o resultado de A U B:
A ∩ B = {x ε R | 1 < x ≤ 6} e A U
B = {x ε R | -1 ≤ x}
Figura 7 – Intersecção de intervalos.
1.6 Números Complexos
Durante muito tempo foi só isso
que precisamos, conseguíamos fazer todos os cálculos necessários com apenas
estes números. Mas o tempo foi passando e novas necessidades foram surgindo,
veja a história a seguir.
Com um grande salto no tempo,
chegamos na casa de nosso querido amigo Caju!
Estava ele brincando com números
em sua casa, quando houve o seguinte diálogo...
Caju - Mãe, mãe. Olha só
que legal, eu sei que é 5, porque 5 ao quadrado é 25.
Mãe - Oh! Meu filhão,
muito bem!
Caju - Também sei que é 9,
pois 9 ao quadrado é 81.
Mãe - Ah,
filhinho, que bonitinho! Mas me diz uma coisa, quanto é ?
Caju - Ora mãe,
isso é fácil, é –5 !
Mãe - Então me
prova.
Caju - Olha mãe,
(–5) ao quadrado dá... dá...... ops, dá +25...
Pois é, qualquer número negativo elevado ao quadrado resulta um valor positivo,
então como fazer para calcular a raiz quadrada de um número negativo?
A partir daí firmou-se um
mistério na Matemática: quanto vale esta raiz?
O tempo passou, e para
solucionar o caso, convencionou-se que , onde i é chamado de unidade imaginária.
Ex.:
Aqui foram usadas as
propriedades de radiciação.
E com isso formou-se o conjunto
dos números IMAGINÁRIOS, representado pela letra , que é
composto por todas as raízes de números negativas.
Novamente temos uma divisão, ou
o número é Real ou não é Real. Por isso devemos colocar o balão dos imaginários
separado dos números Reais. Veja o desenho:
Figura 8 – Conjunto dos complexos.
Agora, neste caso temos uma
dúvida. Se somarmos um número Real com um número imaginário, como por exemplo:
2+3i
Em que balão ele vai se encontrar?
- Não pode ser real, e também
não pode ser imaginário.
Para solucionar este caso,
convencionou-se que o conjunto dos Reais junto com o conjunto dos Imaginários,
é chamado de Conjunto dos números COMPLEXOS, que é representado por C.
Note que o conjunto dos números
complexos é o conjunto de TODOS os números que conhecemos até hoje!
Preste bem atenção, eu disse TODOS os números conhecidos até hoje! Veja
o gráfico a seguir:
Figura 9 - Conjunto dos complexos.
1.7 Exercícios
1. Diga a qual conjunto pertence os números:
a)
|
Este número pode ser representado por 355/10 então é
RACIONAL e consequentemente REAL e COMPLEXO
|
b)
|
Este número é inteiro e positivo, então NATURAL e
consequentemente INTEIRO, RACIONAL, REAL e COMPLEXO.
|
c)
|
Esta raiz não é exata, então, IRRACIONAL e
consequentemente REAL e COMPLEXO
|
d)
|
Esta raiz é exata, e isto é igual a 12, então, NATURAL e
consequentemente INTEIRO, RACIONAL, REAL e COMPLEXO
|
e)
|
Raiz de número negativo, que é igual a 9i, então,
IMAGINÁRIO e consequentemente COMPLEXO.
|
f)
|
Número multiplicado por unidade imaginária, IMAGINÁRIO e
consequentemente COMPLEXO.
|
g)
|
Número real somado com um imaginário, COMPLEXO.
|
2. (FUVEST) P é uma propriedade relativa aos números
naturais. Sabe-se que:
I) P é verdadeira para o natural n = 10;
II) se P é verdadeira para n, então P é verdadeira para 2n;
III) se P é verdadeira para n, n > 2, então P é
verdadeira para n - 2.
Pode-se concluir que:
(A) P
é verdadeira para todo número natural n.
(B) P
é verdadeira somente para números naturais n, n ≥ 10.
(C) P
é verdadeira para todos os números naturais pares.
(D) P
é somente verdadeira para potências de 2.
(E) P
não é verdadeira para os números ímpares.
1.8 Os Conjuntos Vazio e Universo
Exemplo: O conjunto vazio pode ser definido por intermédio
de qualquer propriedade contraditória, como por exemplo:
Æ = {
x Î N |
5 < x < 6 }. E também, Æ = {x
| x ¹ x
}.
{ x Î
N /
x < 1
e x > 2 }
= Æ = { }
{ x / x .
0 = 2 } = Æ (não
existe x que multiplicado por 0, resulte 2.)
Muitas
vezes, para facilitar o raciocínio, recorremos ao Diagrama de Venn, conforme
mostra a figura 10, para representarmos um determinado conjunto. Por exemplo:
Figura 10 – Diagrama de Venn.
Quando
utilizamos a linguagem de conjuntos em determinado assunto, é importante
determinar o conjunto formado pela totalidade dos elementos que estão sendo
considerados; esse conjunto é chamado Conjunto Universo para o assunto em questão. Para
representá-lo, usaremos o símbolo U.
Um Conjunto
Finito é aquele em que podemos determinar a quantidade de elementos. Do
contrário, o conjunto é dito Infinito. Por exemplo,
Conjuntos Finitos:
dígitos
decimais = { 0, 1, 2, ..., 9}
dígitos
binários = { 0, 1}
Conjuntos Infinitos:
números
naturais = { 0, 1, 2, ...}
números
naturais pares = { 0, 2, 4, 6, ...}
O número de
elementos em um conjunto finito é chamado de Cardinalidade ou de Número
Cardinal do Conjunto. Por exemplo, se A = { 1, 2, 2, 5} tem-se card(A) = 3.
Um conjunto
A é dito enumerável (ou contável) se existe uma correspondência um para
um entre todos os elementos de A e os número inteiros. Por exemplo:
·
conjuntos finitos, N, Z, Q
·
R - exemplo de conjunto não-enumerável. Basta mostrar que um
subconjunto de R
não é enumerável. (Por exemplo, o intervalo [0, 1]. )
1.9 Subconjuntos
Dados os
conjuntos A e B, dizemos A é subconjunto de B
quando todo elemento de A é também elemento de B. Para indicar
este fato, usa-se a notação: A Ì B.
Quando A Ì
B, diz-se também que A é parte
de B, que está incluído em B, ou contido em B. A relação A Ì B
chama-se Relação de Inclusão.
Os símbolos de inclusão Ì, Ë, É, É, são
usados para estabelecer relações apenas entre dois conjuntos.
Obs.: A Ì A, qualquer que seja A.
Æ Ì A, qualquer que seja A.
N Ì z Ì Q Ì R (os
conjuntos numéricos cumprem as relações de inclusão)
Quando se
escreve A Ì B
não está incluída a possibilidade de A = B. No caso em que A Ì B
e A ¹ B, diz-se que A é um subconjunto
próprio de B, ou que A é uma parte própria de B,
ou ainda, que A está contido
propriamente em B.
Dizemos que A = B Û A Ì B
e B Ì A. Dois conjuntos A e B são
iguais se, e somente se, todo elemento de A é também elemento de B e
vice-versa. Por exemplo:
·
{1, 1, 3, 4 }
= { 1, 3, 4 }
·
N*
= {1, 2, 3, 4, ... } = z*+
·
N = {0, 1, 2, 3, 4, ... } = z+
Obs.: 1)
De um modo geral, para qualquer conjunto A, o conjunto vazio e o próprio
conjunto A são seus subconjuntos.
2) Na relação entre P(A) e seus elementos,
utilizamos os símbolos de pertinência (Î, Ï).
Assim se {a} é elemento de P(A), podemos escrever {a} Î P(A).
3) Se o conjunto A tem n elementos,
então P(A) tem 2n elementos.
Exemplo: Os conjuntos numéricos cumprem as relações
de inclusão, ou seja, N
Ì z Ì Q Ì R. Temos N Ì
z, o
que traduz a afirmação: todo número natural é um número inteiro. Todo número
inteiro é um número racional e existem números racionais que não são inteiros;
isto é, z é parte própria de Q.
O conjunto
vazio Æ é
subconjunto de qualquer conjunto A . Para demonstrar, suponha que o
conjunto vazio não esteja contido em A, isto é, Æ Ë A. Logo, existe um elemento a tal
que a Î Æ e a
Ï A.
Como não existe a Î
Æ,
somos obrigados a admitir que Æ
Ì A, seja qual for o conjunto A.
Uma
vez introduzido o sinal de inclusão, a noção de igualdade entre conjuntos pode
ser posta sob a forma:
A = B
Û A
Ì B
e B Ì A.
A igualdade
de conjuntos é:
Reflexiva:
A = A, seja qual for o conjunto A;
Simétrica: se A
= B, então B = A.
Transitiva: se A
= B e B
= C, então A = C.
A relação
de inclusão A Ì B é:
Reflexiva:
A Ì A, seja
qual for o conjunto A;
Anti-simétrica: se A
Ì B
e B Ì
A, então A = B.
Transitiva: se A
Ì B e B Ì C, então A Ì C.
A
verificação dessas propriedades é imediata e, será feita mais adiante.
1.10 Conjunto das Partes de um Conjunto
A família
de todos os subconjuntos do conjunto A é denominada Conjunto das
partes de A, simbolizada por P(A)
ou 2A. De modo geral,
para qualquer conjunto A, o conjunto vazio e o próprio conjunto A
são seus subconjuntos.
Na relação
entre P(A) e seus elementos, utilizamos os símbolos de pertinência (Î, Ï).
Assim se {a} é elemento de P(A), podemos escrever {a} Î P(A).
{{a}} é subconjunto de P(A), ou seja, {{a}} Ì P(A).
Se o conjunto
A tem n elementos, então P(A) tem 2n
elementos.
Exemplo: Seja X = { 1, 2, 3}. Então, P(X)
= { Æ,
{1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, X} com 8 elementos.
2 Operações entre Conjuntos
2.1 União
A união (ou
reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto A È B,
formado por todos os elementos de A mais os elementos de B. Assim, afirmar que x Î A
È B
significa dizer que pelo menos uma das afirmações seguintes é verdadeira: x
Î A ou
x Î B.
Podemos escrever
A È
B = { x | x Î A ou
x Î B}.
Exemplo: Tomemos o conjunto universo U = N e
sejam A = { x Î N |
2 < x < 8} e B = { x Î N |
x > 4}. Então A È B
= { 3, 4, 5, 6, ... }.
2.2 Interseção
A
interseção dos conjuntos A e B é o conjunto A Ç B,
formado por todos os elementos comuns
a A e B. Assim,
afirmar que x Î A
Ç B
significa dizer que se tem, ao mesmo tempo, x Î A e
x Î B.
Escrevemos então
A Ç B
= { x | x Î A e
x Î B}.
Exemplo: Considere o exemplo anterior onde A =
{ x Î N |
2 < x < 8} e B = { x Î N |
x > 4}. Então A Ç B
= { 3, 4 }.
Pode
ocorrer que não exista elemento
algum x tal que
x Î A
e x Î B.
Neste caso, tem-se A Ç B
= Æ e os
conjuntos A e B dizem-se disjuntos.
Dados
dois conjuntos A e B, representamos graficamente a união dos conjuntos pela
parte hachurada - figura 2(a). Hachure na figura 2(b) a interseção entre eles.
Figura 11 – Diagrama de Venn.
Quaisquer
que sejam os conjuntos A e B tem-se A Ç B Ì
A e A
Ç B
Ì B.
Exemplo: Sejam os conjuntos A = { x Î N | x
é múltiplo de 2 } e B ={ x Î
N | x é múltiplo de 3 }. Como um número natural é múltiplo
simultaneamente de 2 e de 3 se e somente se este número é múltiplo de 6,
temos: A Ç B = { x Î N | x é múltiplo de 6 }.
2.3 Diferença
A diferença
entre os conjuntos A e B é o conjunto A - B,
formado por todos os elementos de A que não pertencem a B.
Escrevemos então
A - B
= { x | x Î A e
x Ï B}.
Graficamente,
temos a figura 12, onde os conjuntos A e B são representados por
discos. A diferença A -
B é a parte indicada.
Figura 12 - Diagrama de Venn
2.4 Complementar
Dados os
conjuntos A e B, onde B
Ì A, chamamos de complementar de B em relação a A
e se representa por CAB o conjunto formado
pelos elementos que pertencem a A e não pertencem a B.
Se B Ì A, então CAB
= A - B .
2.5 Produto Cartesiano de Conjuntos
Outra operação útil entre
conjuntos é o produto cartesiano que se baseia no conceito de par ordenado. Ao
escrevermos um par ordenado (x, y), a ordem dos elementos é fundamental:
x é o primeiro elemento do par e y é o segundo
elemento do par.
O produto cartesiano dos conjuntos
A e B é o conjunto A x B cujos elementos são todos os pares ordenados (x, y)
tal que x é elemento de A e y é elemento
de B. Portanto:
A x B =
{ (x,y) | x Î A e
y Î B}.
Obs.: 1) Dados dois pares ordenados (x, y) e
(a, b), dizemos que:
(x, y) = (a, b) Û x = a
e y = b
2) Se o conjunto A tem m elementos e B n
elementos, então A x B terá m.n
elementos.
2.6 Propriedades Formais
Veremos, a
seguir, algumas propriedades das operações entre subconjuntos de um dado
conjunto fundamental E. As propriedades devem ser demonstradas.
2.6.1 Propriedades das Operações de União e Interseção
Quaisquer que sejam os conjuntos A, B, C,
partes de um conjunto fundamental E, tem-se:
União
|
Interseção
|
1) A È Æ = A
|
1) A Ç Æ = Æ
|
2) A È E = E
|
2) A Ç E = A
|
3) A È C A = A
|
3) A Ç C A = A
|
4) A È A = A
|
4) A Ç A = A
|
5) A È B = B
È A
|
5) A Ç B = B
Ç A
|
6) (A È B)
È C = A
È (B
È C)
|
6) (A Ç B)
Ç C = A
Ç (B
Ç C)
|
7) A È B = A Û B Ì A
|
7) A Ç B = A Û A Ì B
|
8) A È (B
Ç C) = (A
È B)
Ç (A
È C)
|
8) A Ç (B
È C) = (A
Ç B)
È (A
Ç C)
|
2.6.2 Propriedades da Operação de tomar Complementares
Os conjuntos A e B são partes de um conjunto
fundamental E, em relação ao qual estamos tomando os complementares.
1) C(C A) = A
|
2) A Ì
B Û C B
Ì C A
|
3) A = Æ Û C A = E
|
4) C (A È B) = C A Ç
C B
|
5) C (A Ç B) = C A È
C B
|
As propriedades
4 e 5, da tabela anterior, denominadas Leis de Morgan mostram que:
·
o complementar da união é igual à interseção dos
complementares; e que
·
o complementar da interseção é igual à reunião
dos complementares.
2.6.3 Propriedades da Operação de Diferença
Sejam A, B e C conjuntos
quaisquer num universo E.
1) A - Æ = A e Æ - A
= Æ
|
2) A - E = Æ e E - A = C A
|
3) A - A = Æ
|
4) A - C A
= A
|
5) C (A - B) = C A È
B
|
6) A - B = C B - C A
|
7) A È
(B - C) = (A È B) - (C - A)
|
8) A Ç
(B - C) = (A Ç B) - (A Ç C)
|
2.7 Exercícios
1. Se
A = { a, b }, classifique em verdadeiro ou falso:
a) { b
} Î A
b) Æ Î A
c) { a
} Ì A
d) a Ì A
2. Diga
quais das seguintes proposições são verdadeiras:
a) {
{1,2},{3,4}} = {1,2,3,4}
b) {1,2}
Ì
{{1,2}}
c) {1,2}
Î
{{1,2}}
d) {a}
Î
{b,{a}}
e) {a} Ì
{b,{a}}
f) Æ = {Æ}
g) Æ Ì {Æ}
h) Æ Î {Æ}
i) {1,2,2,3,3}
= {1,2,3}
j) {1,2,3}Ì{1,2,2,3,3}
k) Æ Ì Æ
l) Æ Î Æ
3. -
Sejam U = {2, 1, 2} , G={1, 2, {1}, {2}, {1,2}}.
a) U Î G?
Justifique.
b) U
Ì G? Justifique.
4. Estabeleça
entre cada um dos conjuntos ou elementos U = {1,2,3,4}, V = {1,4,5}, W = 2, X = {3, Æ}, Y = Æ, Z = { {1}, 2, {3}, 4}, relações de “Î “
e/ou “Ì “,
sempre que possível. Justifique.
5. Considere
os conjuntos A={alunos de ED}, T={turmas existentes na Unitri}. Sendo n o
número total de turmas, seja I={i Î
IN: i £ n }.
Designamos cada turma por P, iÎI.
Diga quais das seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas, para i Î I:
a) PÎ T
b) PÍ T
c) PÎ A
d) PÍ A
e) PÎ A È
T
f) PÍ A È
T
6. Defina
o conjunto IR -A,
onde A é definido do seguinte modo:
a) A =
{ x Î IR : | x + 5 | ³ 4 Ù
x £ 0 }
b) A
= { x Î IR : 6x + 9 < 0 Ú 2x ³ 4 }
c) A =
{ x Î IR : 6x + 9 < 0 } È
{ x Î IR : 6x + 9 ³ 0 }
d) A
= { x Î IR : | x - 7 | = 4 } Ç
{ x Î IR : 7x - 5 ³
4 }
7. Dado
o conjunto A = { 5, -2.3, 0.131131113..., 0.333..., 2/5, 3.141592... }, escreva
o subconjunto de A cujos elementos sejam números racionais.
8. Qual
é o conjunto união do conjunto dos inteiros positivos divisíveis por 2 e do
conjunto dos inteiros positivos divisíveis por 3? Qual é o conjunto interseção?
9. Dado
o conjunto U = { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 }
a) o
subconjunto A dos números menores que 5.
b) o
subconjunto B dos números maiores que 3 e menores que 6.
c) o
subconjunto C dos números pares maiores que 6.
d) o
subconjunto D dos números ímpares maiores que 7.
10. Dê
um exemplo para ilustrar A È B = A È C com B ¹ C.
11. Mostre
que para todo conjunto X, Æ Ì X.
12. Considere
a seguinte coleção de conjuntos: {n Î
IN : n £ i},
para i Î IN.
a)
Mostre que , "i,j Î IN.
b)
Determine e . c)
Determine e .
13. De
trinta e cinco candidatos a uma vaga de programador, vinte e cinco sabem
FORTRAN, vinte e oito sabem Pascal e dois não sabem nenhuma delas. Quantos
sabem as duas linguagens?
14. Um
total de sessenta clientes potenciais foi a uma loja de equipamento
informático. Deles cinqüenta e dois fizeram compras: - vinte compraram papel; -
trinta e seis compraram diskettes; - quinze compraram tinteiros de impressora;
- seis compraram simultaneamente papel e diskettes; - nove compraram
simultaneamente diskettes e tinteiros; - cinco compraram simultaneamente papel
e tinteiros. Quantos compraram os três artigos?
15. Um vendedor de praia
tem cinco qualidades diferentes de sanduíches (fiambre, queijo, presunto, carne
assada e mistas) e três qualidades diferentes de bebidas (sumo de laranja,
cerveja e café). Quantos menus diferentes pode ele oferecer, compostos de uma
bebida e de um sanduíche?
16. É
possível ir de Braga ao Porto de comboio ou de autocarro. Do Porto para Lisboa
pode-se ir de comboio, autocarro ou avião e de Lisboa para o Funchal pode-se ir
de avião ou barco. Quantos itinerários distintos se podem escolher para ir de
Braga ao Funchal passando por Lisboa?
17. Num
baile havia quarenta e cinco raparigas. Destas, vinte dançaram rock, dezoito
dançaram lambada, quinze dançaram twist, nove dançaram rock e twist, sete
dançaram rock e lambada, seis dançaram twist e lambada e três dançaram as três
danças. Quantas não dançaram?
18. Sejam
A, B e C conjuntos. Prove as propriedades a seguir:
a) A È B =
B È A e
A Ç B =
B Ç A.
b) A Ç B
Ì A e A
Ç B
Ì B
c) A Ç B
= B Ç A
d) A È B)
È
C =
A È (B È
C)
e) C ( C A ) = A
f) A Ì B
Û C B Ì C A
g) A Ç C A = Æ
h) A È C A
= U
i) C (A
Ç B)
= C A È
C B
j) C B
Ì C A Þ C(C A) Ì
C(C B)
k) A È (B
Ç
C) =
(A È B) Ç (A
È C)
19. Prove que A = B se, e somente se, (A Ç
CB) È
(C A
Ç B)
= Æ.
20. Prove as seguintes afirmações:
a) A
Ì B Û A Ç B = A
b) B
Ì A Û A È B = A
c) (A
Ç B)
Ç
C =
A Ç (B Ç
C)
d) A
Ç (B
È
C) =
(A Ç B)
È (A
Ç C)
e) (A
- B) È (B
- A) = (A È
B) - (A Ç
B)
f) C B Ì
C A Þ C(C A) Ì
C(C B)
g) A
Ç B
= Æ Û A Ì C B
h) A
È B
= U Û
C A Ì B
i) A
Ì B Û A Ç C B
= Æ
21. Define-se
diferença simétrica entre os conjuntos A e B por: A D B = (A-B) È (B-A).
Mostre que:
a) A D B =
( A È B ) - ( A Ç B )
b) Se A D B = Æ
então A = B
c) (A D B) D C =
A D (B D C)
d) A D B =
B D A
e) A D A = Æ
22. Determine
P({a}), P(Æ),
P({Æ}) e
P(P(Æ)).
(P(X) representa partes do conjunto X).
23. Prove
que, para quaisquer conjuntos A e B, se tem:
a) AÍB Þ
P(A) ÍP(B).
b)
P(A) ÇP(B) = P(A ÇB).
c)
P(A) È P(B) Í
P(A ÈB). Em que condições se têm a igualdade?
24. Considere os seguintes
conjuntos:
a) verifique se p(x)=1+2x-x Î
A Ç B.
b) verifique se h(x)=1-x-x Î
A Ç B.
c) determine A Ç B.
25. Mostrar que:
a)
Se A e B são conjuntos finitos então AÈB é
finito.
b)
Se A e B são conjuntos finitos então A´B é
finito.
c) Se
A e B são conjuntos finitos então {f | f é aplicação de A em B} é finito.
26. Mostrar que:
a)
Se A é um conjunto enumerável então {B Í A |
B é finito} é enumerável.
b)
Se A é um conjunto enumerável então P(A) não é enumerável.
c) Se
A é um conjunto enumerável então {B Í
A | B é infinito} não é enumerável.
27. Seja A um conjunto infinito. Mostrar que A é
enumerável se e só se, para cada parte infinita X de A, se tem A ~ X.
28. São verdadeiras ou
falsas as afirmações:
a)
Se A, B, C são conjuntos tais que C ¹ Æ e A ´ C =
B ´ C,
então A = B.
b)
Se A e B são conjuntos tais que A È B é
enumerável, então A é enumerável ou B é enumerável.
c)
Se A, B, C são conjuntos tais que A Ç C =
B Ç C e
C ¹ Æ,
então A = B.
d) Sejam
A um conjunto e x Ï A.
Se A é infinito então A È
{x} = A.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
APÊNDICE A. Os
Símbolos da Linguagem dos Conjuntos - Resumo
Nos itens anteriores, à medida que
falávamos sobre conjuntos, os símbolos foram surgindo e agora já conhecemos e
estamos utilizando uma boa quantidade deles. Vamos fazer um resumo de tais
símbolos:
a Î A lê-se: a
pertence a A
a Ï A lê-se: a
não pertence a A
A = {x
| x goza a propriedade P}
lê-se: A é o conjunto dos x tal que x goza a
propriedade P
A = B lê-se: A é igual a B
A ¹ B lê-se: A
é diferente de B
A Ì B lê-se: A
está contido em B
A Ë B lê-se: A
não está contido em B
A É B lê-se: A
contém B
A É B lê-se: A
não contém B
Æ lê-se: conjunto vazio
lê-se: complementar de A em
relação a B
A - B lê-se: A
menos B
A Ç B lê-se: A
inter B
A È B lê-se: A
união B
"x lê-se: qualquer que seja x ou
para todo x
$ x lê-se: existe ao menos um x ou
pelo menos um x
$ x lê-se: não existe x algum
p Þ q lê-se: se p então q ou p implica
q
p Û q lê-se: p é equivalente a q
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